CURSO ESCATOLOGIA II – APOCALIPSE
Prof. Eliseu Pereira
LIÇÃO 1 – INTRODUÇÃO GERAL
Texto devocional:
“Não temas; Eu sou o primeiro e o último; E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.17-18)
[1] Título: apocalupsis (gr. Apokalutw) significa revelação, desvendamento, descobrimento de algo que está encoberto, tirar o véu.
[2] Autor e data: apóstolo João, bispo de Éfeso, quando exilado na ilha de Patmos, entre 90-96 d.C., durante o reinado do imperador Domiciano.
[3] Contexto histórico: durante o reinado do imperador Domiciano.
[4] Modos de interpretação:
| 1 – 3 | 4 – 19 | 20 – 22 |
Preterista: a maioria das profecias (ou todas), se cumpriram no passado; | Igrejas históricas; | Simbolismo das condições atuais; | Simbolismo do céu e da terra; |
Histórica: as profecias estão e serão totalmente cumpridas na era da Igreja, inclusive a Tribulação (pós-milenista e amilenista); | Igrejas históricas; | Simbolismo dos acontecimentos da história: queda de Roma, islamismo papado, Reforma; | O juízo final, milênio, estado eterno; |
Idealista: não crêem em uma cronologia das profecias; as passagens proféticas apenas ensinam idéias ou verdades; | Igrejas históricas; | Simbolismo do conflito entre bem e o mal; | A vitória do bem; |
Futurista: crêem que todos os eventos ocorrerão no futuro, durante a Grande Tribulação, na Segunda Vinda e no Milênio (pré-milenista); | Igrejas históricas e/ou sete estágios da história da igreja; | A futura tribulação; julgamentos concentrados sobre a igreja apóstata e sobre o anticristo; a vinda de Cristo; | O reino milenar; julgamento dos ímpios mortos; estado eterno; |
[5] Hermenêutica:
a. Bíblia X Jornais: o enfoque é a Palavra de Deus e não as manchetes de jornais;
b. Simbologia: necessidade de separar o que linguagem simbólica da literal;
c. Profecias do AT: muitas porções do Apocalipse são recorrentes nos profetas do Antigo Testamento.
d. Números: três (trindade) – quatro (terra) – seis (imperfeito, incompleto) – sete (perfeito) – dez (plenitude) – doze (governo) -
e. Tempo: “as coisas que em breve devem acontecer” ou o “tempo está próximo”
Esboço: a. Passado: as coisas que viste (1);
b. Presente: as que são (2-3);
c. Futuro: as coisas que hão de acontecer (4-22);
i. Os ímpios serão julgados (4-19)
ii. Os justos serão abençoados (20-22)
d. Diagrama:
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| 3º QUADRO Cap 4-11 Céu |
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1º QUADRO Cap 1 Jesus |
| 2º QUADRO Cap 2-3 Igreja |
| 4º QUADRO Cap 12-16 Terra
Trombetas Taças |
| 6º QUADRO Cap 19-20 Reino |
| 7º QUADRO Cap 21-22 Cidade |
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| 5º QUADRO Capítulos 17-18 Mundo Espiritual |
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“cousas que viste” | “e as que são” | “e as que hão de acontecer depois destas.” |
LIÇÃO 2 – A VISÃO DO TRONO, O LIVRO SELADO E OS JUÍZOS
Texto devocional: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.” (Carta à Igreja de Éfeso, Ap 2.7)
[1] Conceitos:
a. tempo: “as coisas que viste”, “as que são” e “as que hão de acontecer”
b. já x ainda não: o reino de Deus já está entre nós, mas ainda não foi implementado inteiramente.
[2] Esboço: Apocalipse cap 4-11
a. Visão no céu: cap 4 e 5;
i. Deus (cap 4):
(1) descrição da glória de Deus (v 2-8a);
(2) adoração a Deus: 2 hinos (8b e 11) e narrativa (9-10);
ii. Jesus (cap 5):
(1) descrição da glória de Cristo (v 5-7);
(2) adoração a Cristo: 2 hinos (9-10 e 12) e narrativa (11-12a);
iii. Adoração a Deus e Jesus (cap 5): v 13,14;
b. Abertura dos selos: cap 6 e 8.1-5
c. Os servos de Deus: cap 7
i. 144 mil judeus (v 1-8);
ii. Santos da tribulação (v 9-17);
[3] Visão do céu:
a. 3ª seção: “mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.”
b. Trono: poder (relâmpagos, trovões e vozes) e misericórdia (arco-íris);
c. Personagens:
i. Deus: primeira descrição do que se assenta no trono. Deus é espírito; aparência não é antropomórfica;
ii. 24 anciãos: são o “Conselho de Deus”; não são anjos; são homens que representam o governo de Deus sobre Israel (12 patriarcas) e sobre a igreja (12 apóstolos). Eles se assentam em tronos (Mt 19.28), usam coroas (Ap 2.10), estão vestidos de branco (Ap 3.4-5).
iii. 4 seres viventes: o pano de fundo são os querubins de Ezequiel (1.5,10; 10.20) e de Isaías (6.2) inclusive com respeito ao cântico.
iv. Messias que venceu: estava no meio do trono (7.17) como o Leão da tribo de Judá (Gn 49.9-10) e Raiz de Davi (Is 11.1; ver Hb 1.3);
v. Cordeiro de Deus (Lc 24.26): 7 chifres(onipotente Mt 28.18); 7 olhos (onisciência, cf. Zc 4.10); 7 espíritos (Espírito Santo Jo 16.7; At 2.33).
[4] Abertura dos selos:
a. Livro: selado com 7 selos na mão de Deus;
i. Formato: livro ou rolo de papiro ou pergaminho, geralmente escrito apenas na parte interna;
ii. Selado: lacre de cera; os selos não indicam o conteúdo do livro, mas ao serem abertos, são acompanhados de juízos;
b. Selos: do latim sigilus ou segredo; não revelam o conteúdo do livro, mas indicam que o conteúdo será revelado após a abertura dos selos;
i. 7 selos: costume de lacrar um testamento diante de 7 testemunhas que colocavam cada uma seu próprio selo para conferir validade;
ii. Testamento: a morte de Cristo o qualifica para abrir o livro e mostra que ele tem toda autoridade no céu e na terra. Somente Cristo conhece o conteúdo do livro os acontecimentos atuais e futuros;
iii. Significado: o rolo é símbolo da promessa do Reino de Deus que será dado em herança ao povo comprado para Deus;
iv. Herança: 1 Pe 1.4 dá a entender que Deus havia determinado na eternidade dar em herança o seu reino a um povo comprado para si;
[5] Relações sugeridas entre selos, trombetas e taças: a. arranjo simultâneo: os julgamentos são vistos como ocorrendo simultaneamente, com a repetição mostrando a intensificação dos juízos;
b. arranjo consecutivo: todos os juízos dos selos, trombetas e taças em seqüência cronológica;
c. arranjo telescópico: apresenta o 7º selo introduzindo a série de 7 trombetas e sendo explicado por ela; a 7ª trombeta introduz a série de 7 taças e é explicada por ela. Assim, as 7 taças se igualam a 7ª trombeta e as 7 trombetas se igualam ao 7º selo.
7ª trombeta
1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 selos trombetas taças | |
d. arranjo consecutivo e posicional: apresenta o 7º selo introduzindo a série de 7 trombetas e as 7 taças, sendo que as trombetas são as causas provocadas no céu e as taças são os efeitos vistos na terra e no mundo espiritual.
Céu | 6 Selos ► | 7º selo |
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7 trombetas |
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| ▼ |
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Terra |
| 7 taças |
e |
| ▼ |
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Inferno |
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| 7 anos de tribulação |
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LIÇÃO 3 – A ABERTURA DOS SELOS E OS SERVOS DE DEUS
Texto devocional: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.” (Carta à Esmirna Ap 2.11)
[1] Abertura dos selos:
a. Abertura: os selos não revelam o conteúdo do livro, mas liberam as forças que estarão em ação durante o julgamento da grande tribulação: a guerra, a forme e todo tipo de praga que resultará em juízo e morte;
b. Conteúdo dos selos: pano de fundo em Zacarias 6.1ss;
i. 1º selo: cavalo branco – anti-Cristo ou evangelização do mundo??? A figura do arco nunca está associada a Deus, a Cristo ou à igreja.
ii. 2º, 3º e 4º selos: cavalos – referência a juízo – anjos que recebem poder para causar dano na terra e no mar (7.2)
iii. 5º selo: referência aos mártires da igreja;
iv. 6º e 7º selo: referência ao dia do Senhor e à 2ª vinda de Jesus
c. Efeitos dos selos:
SELO | DESCRIÇÃO / EFEITOS |
1º Selo | Cavalo branco: cavaleiro armado com arco para vencer; conquista |
2º Selo | Cavalo vermelho: cavaleiro armado com espada para tirar a paz da terra; guerra |
3º Selo | Cavalo preto: cavaleiro com uma balança indicando fome, escassez e carestia; escassez e crise econômica |
4º Selo | Cavalo amarelo: cavaleiro chama Morte tem poder para matar ¼ da população da terra (guerras, fome, peste e feras); mortandade |
5º Selo | Visão dos mártires: promessa de vingança; justiça |
6º Selo | Terremoto, efeitos no sol, na lua e nas estrelas; o céu se abre e há forte abalo na terra, nas ilhas e nos mares; pânico entre as nações; |
7º Selo | Silêncio no céu |
d. Comparação com Sermão Profético:
Mateus 24 | Apocalipse 6 |
v. 4-5 – falsos cristos e engano; | cavaleiro armado com arco para vencer; conquista |
v. 6-7 – guerras e rumores de guerras; nação contra nação, reino contra reino; | espada para tirar a paz da terra; guerra |
v. 7 – fome; | fome, escassez e carestia; |
V 8 – guerra, fome e terremotos em vários lugares; | Morre ¼ da população da terra (guerras, fome, peste e feras); |
9-13: perseguição, martírio, ódio, traição e falsos profetas e apostasia | Visão dos mártires: promessa de vingança; justiça |
29-31: “o sol escurecerá , e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.” | 12-17: efeitos no sol, na lua e nas estrelas; o céu se abre e há forte abalo na terra, nas ilhas e nos mares; pânico entre as nações; |
[2] Os servos de Deus:
a. Povo comprado para Deus (5.9): costume de resgatar escravo para uma divindade perante a qual o preço era pago; a expressão “tribo, língua, povo e nação” aquela altura era profética quanto à expansão do reino de Deus;
b. Os 144 mil selados em Ap 7.1-8:
i. Cenário: terra
ii. Origem: tribos de Israel nacional
iii. Identidade: judeus remanescentes que se converterão a Cristo
iv. Relação com igreja: Israel distinto da igreja ou símbolo da igreja?
v. Selo de Deus: contraste com a marca da besta; não sofrem os danos no juízo de Deus sobre a terra durante a grande tribulação;
c. Os 144 mil selados em Ap 14.1-5:
i. Cenário: estão no céu diante do Cordeiro (v.1), junto com o seres viventes e dos anciãos (v.3), selados com o nome de Deus e de Cristo e cantam um novo cântico exclusivo (v 3.b);
ii. Origem: comprados da terra (v. 3.c);
iii. Identidade: homens puros e virgens, sem mácula, redimidos dentre os homens e primícias para Deus e para o Cordeiro (v.4,5);
d. Santos da tribulação (7.9-17):
i. Cenário: céu
ii. Origem: de todas as nações, tribos, povos e línguas;
iii. Identidade: salvos crentes em Cristo;
iv. Relação com a igreja: salvos durante a perseguição da Grande Tribulação;
e. Cântico de Moisés (15.1-4):
i. Cenário: céu
ii. Origem: de todas as nações, tribos, povos e línguas;
iii. Identidade: vencedores da besta, da sua imagem e do número do nome;
iv. Relação com a igreja: salvos durante a perseguição da Grande Tribulação;
f. Numerosa multidão (19.1-10):
i. Cenário: estão no céu, junto com o seres viventes e anciãos (v 1, 4, 5);
ii. Origem: de todas as nações, tribos, povos e línguas;
iii. Identidade: a noiva do Cordeiro formada por todos os servos de Deus; Relação com a igreja: salvos durante a perseguição da Grande Tribulação;
AS SETE BEM-AVENTURANÇAS NO APOCALIPSE
1) Bem-aventurado os que lêem e os que ouvem e guardam a profecia deste livro (1.3).
2) Bem-aventurado os mortos, que morrem no Senhor (14.13).
3) Bem-aventurado aquele que vigia (arrebatamento) – (16.15).
4) Bem-aventurado aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro (19.9).
5) Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição (20.6).
6) Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro (22.7).
7) Bem-aventurado aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro (22.14).
LIÇÃO 4 – O JUÍZO DAS TROMBETAS E DAS TAÇAS
Texto devocional: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe. (Carta à Igreja de Pérgamo, Ap 2.17)
[1] Revisão:
a. 1º selo: cavalo branco – anti-Cristo;
b. 2º, 3º e 4º selos: cavalos – referência a juízo: guerra, fome, morte;
c. 5º selo: referência aos mártires da igreja;
d. 6º selo: referência ao dia do Senhor e à 2ª vinda de Jesus;
[2] Abertura do 7º Selo:
a. há silêncio no céu: manifestação de expectativa e reverência;
b. 7 anjos recebem 7 trombetas: anunciam os julgamentos de Deus;
c. orações dos santos: são oferecidas no altar de ouro e o incenso é lançado sobre a terra provocando trovões, vozes, relâmpagos, e terremotos;
d. selos: as forças liberadas pela abertura dos selos estarão em ação durante o juízo das trombetas e das taças;
[3] Trombetas:
a. dividem-se em 2 grupos:
i. as quatro primeiras atingem a natureza;
ii. as três últimas (também chamadas de ais) atingem os homens ímpios “os que moram na terra" (3.10; 6.10; 11.10; 13.8; 17.2);
b. características: atingem cerca de 1/3 do alvo; tem o objetivo de julgar e produzir arrependimento;
c. relação com pragas do Egito: figura do juízo de Deus sobre os ímpios - água se transformam em sangue; escuridão;
[4] Efeitos das trombetas:
a. 1ª trombeta: atinge a terra e queima 1/3 da vegetação da terra;
b. 2ª trombeta: atinge o mar; mata 1/3 da vida marinha e 1/3 dos navios;
c. 3ª trombeta: atinge 1/3 da água doce; mata muitas pessoas (ver Jr 9.15);
d. 4ª trombeta: atinge 1/3 do sol, da lua e das estrelas; produz escuridão; a luz do dia diminuirá para cerca de 16 horas;
e. 5ª trombeta (1º ai): um anjo abre o abismo e libera seres que têm poder de ferir os homens que adoram a besta durante 5 meses; (Lc 10.19; Jl 2.4-10);
f. 6ª trombeta (2º ai): atinge o Rio Eufrates e solta 4 anjos malignos, líderes de um exército demoníaco de 200 milhões que matam 1/3 dos ímpios (9.15) por meio de fogo, fumaça e enxofre;
g. 7ª trombeta (3º ai): o reino de Cristo é anunciado; adoração e louvor;
LIÇÃO 5 – AS BESTAS DO APOCALIPSE
Texto devocional: E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai. E dar-lhe-ei a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. (Carta à igreja de Tiatira – Ap 2.26-29)
[1] Glossário:
a. Besta: no sentido escatológico é um domínio, conforme as visões de Daniel.
b. Cabeça: também significa domínio, mas talvez em um sentido mais específico;
c. Chifre: a pessoa do dominador; um rei; um tirano;
d. Mulher: cidade, ou sistema político e / ou religioso;
e. Dragão: o diabo
[2] Descrição das bestas:
Besta do mar (Ap 13) | Besta da terra (Ap 13) | Besta do abismo (Ap 17) |
7 cabeças, 10 chifres e 10 diademas (v.1) | 2 chifres de cordeiro (v.11) | Vermelha (v.3), 7 cabeças, 10 chifres (v. 3,7) |
Semelhante ao leopardo, pés de urso e boca de leão | -- | -- |
Dragão: dá poder, trono e grande poderio | Dragão: fala como ele (v.11) | -- |
Poder sobre tribo, língua e nação | Exerce todo o poder da besta do mar (v. 12) | -- |
1 nome de blasfêmia sobre as cabeças (v. 1) | -- | Corpo cheio de nomes de blasfêmias (v. 3) |
Boca profere grandes coisas e blasfêmias contra Deus, guerra contra santos (v. 5, 6) | promove adoração à besta do mar (v.12, 14) obriga sob pena de morte (15-17) | -- |
Tempo de atuação: 42 meses | Faz grandes sinais, desce fogo do céu; engana | -- |
[3] Besta do mar / abismo:
a. Fundo profético: a visão dos animais em Daniel:
i. 4 animais (leão, urso, leopardo e um animal terrível) sendo que o leopardo tem 4 cabeças, totalizando 7 cabeças (7.1-8);
ii. o animal terrível: tem 10 chifres; 1 pequeno chifre cheio de olhos derruba três chifres; ele tem uma boca que fala grandes coisas;
b. Identidade: em sentido amplo é o sistema de governo mundial; mas é também o ‘iníquo’, homem da perdição” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2:3-8);
c. Mar: representa os povos, multidões, nações e línguas (17.15)
d. Cabeças: representam poderes;
i. 7 montes: sobre os quais a cidade está assentada – Roma (17.9);
ii. 7 reis: 5 reis já caíram (Egito, Assíria, Babilônia, Média-Pérsia, Grécia), 1 está presente (Roma) e outro virá e durará pouco tempo (Anticristo) (17.10);
e. 10 chifres: representam 10 reis que reinarão com a besta por 1 hora, se voltarão contra meretriz e a destruirão;
f. Besta que era, não é mas virá (17.7-8): a própria besta é o oitavo rei; é dos 7 reis e caminha para a destruição
[4] Besta da terra:
a. Identidade: falso profeta (16.13; 19.20; 20.10); é um homem e não um sistema;
b. Terra: Palestina??
c. 2 chifres: exerce dupla autoridade – política e religiosa ?
d. Número da besta: controle total – “pequenos e grandes, ricos e pobres’;
e. Significado: o que o nome e o número da besta significam será conhecido dos santos que estiverem na terra na época em que a besta estiver aqui em pessoa. De uma coisa temos certeza: ninguém na terra atualmente tem sabedoria suficiente para compreender o número da besta. [2]
[5] Meretriz:
a. Identidade: a grande Babilônia que domina sobre os reis da terra (17.18);
b. Mulher: vestes: vestida de vermelho e púrpura; adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas; cálice de ouro com abominações e da imundícia da prostituição; tem escrito na testa “Mistério, a grande Babilônia, mãe das prostituições e abominações da terra”; está embriagadacom o sangue dos santos e testemunhas de Jesus.
c. Este sistema religioso dará sustentação ao governo do Anticristo;
[6] A visão da mulher no céu:
a. Mulher:
i. Identidade: judeus? Maria? Cristandade?
ii. Visão: vestida com o sol, com a lua sob os pés, uma coroa de 12 estrelas na cabeça, grávida em trabalho de parto; após o nascimento do filho, a mulher foge para o deserto, e é protegida por 1260 dias;
b. Filho:
i. Identidade: ressurreição de Cristo? ou arrebatamento da igreja?
ii. Visão: arrebatado por Deus para o seu trono e reinar sobre as nações
c. Dragão:
i. Identidade: Satanás, diabo e acusador
ii. Visão: não consegue atingir o filho da mulher e persegue a sua descendência. É derrotado por Miguel e lançado sobre a terra.
d. Interpretações:
i. A mulher representa Israel (povo judeu) do qual descende o Cristo. O varão então representa Cristo em seu ministério terreno. O arrebatamento para Deus é a ascensão de Cristo após a ressurreição. Satanás perseguirá os judeus, mas estes serão poupados por Deus.
ii. Por coerência, se a meretriz representa o sistema religioso, a mulher representa outro sistema – a cristandade; o filho varão representa os cristãos verdadeiros que serão arrebatados para o trono de Deus (ver Ap 3.21 quando diz que o vencedor se assentará com Cristo em seu trono). O diabo imporá terror à igreja porque não sabe a hora do arrebatamento, mas Deus livrará os escolhidos. A descendência da mulher – restante dos cristãos – serão poupados e salvos por um período de tempo (3,5 anos e meio).
[7] Duas testemunhas:
a. Identidade: os dois ungidos Moisés e Elias (ver Zacarias)
b. Tempo de atuação: 1260 dias (=42 meses)
c. Poder: poder de reter chuva e amaldiçoar as águas e outras pragas
d. Morte e ressurreição: serão mortos pela 1ª besta em Jerusalém – haverá comemoração em todo o mundo;
e. Ressurreição: sobem ao céu
f. Terremoto: cai a décima parte da cidade e mata 7 mil homens
g. Glória: Pessoas dão glória a Deus
LIÇÃO 6 – O ANTICRISTO E A BABILÔNIA
Texto devocional: O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. (Carta à igreja de Sardes – Ap 3.1-6)
[1] Glossário:
a. Besta: no sentido escatológico é um domínio, conforme as visões de Daniel.
b. Cabeça: também significa domínio, mas talvez em um sentido mais específico;
c. Chifre: a pessoa do dominador; um rei; um tirano;
d. Mulher (prostituta): cidade, ou sistema político e / ou religioso;
[2] Besta do mar – o Anticristo:
a. Identidade:
i. em sentido amplo é o sistema de governo mundial;
ii. em sentido estrito é também o ‘iníquo’, homem da perdição” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2:3-8); tentará sentar-se no trono de Deus como se fosse deus (2 Ts 2.4); será um homem dotado de inteligência e capacidade de persuasão (Dn 7:8, 20; 8:23)
b. Interpretação:
i. um sistema político que envolve 7 ou 10 reinos, encabeçado por um líder anticristo; ele eliminará 3 reis para chegar ao poder (Dn 7.8,24);
[3] Besta da terra:
a. Identidade: falso profeta (16.13; 19.20; 20.10); é um homem e não um sistema;
b. Interpretação: um líder religioso que promove o culto à primeira besta;
i. um sistema religioso que blasfema contra Deus e exige adoração; persegue os “santos”; proferirá grandes coisas (Dn 7.20; 11.36);
ii. um sistema econômico: controle do comércio e do abastecimento; identificação com a adoração à besta;
[4] Descrição da besta e da meretriz:
a. Besta do abismo: é a mesma besta do mar (Ap 13) - vermelha (v.3), 7 cabeças, 10 chifres (v. 3,7), corpo cheio de nomes de blasfêmias (v. 3);
b. Meretriz:
i. montada sobre a besta do abismo,
ii. vestida de vermelho e púrpura; adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas; tem na mão um cálice de ouro cheio de abominações e da imundícia da prostituição (17.4);
iii. tem escrito na testa “Mistério, a grande Babilônia, mãe das prostituições e abominações da terra” (17.5);
iv. está embriagada com o sangue dos santos e testemunhas de Jesus (17.6);
[5] Besta do abismo:
a. Besta era, não é mas virá (17.7-8): a própria besta é o oitavo rei; é dos 7 reis e caminha para a destruição (17.8,11); será admirada pelos ímpios (17.8)
b. Cabeças: representam poderes;
i. 7 montes: sobre os quais a cidade está assentada – Roma (17.9);
ii. 7 reis: identidade controvertida – seriam os impérios mundiais: 5 reis já caíram (Egito, Assíria, Babilônia, Média-Pérsia, Grécia), 1 está presente (Roma) e outro virá e durará pouco tempo (Anticristo) (17.10);
c. Chifres: são 10 reis que entregam seu governo à besta;
[6] Meretriz - A Grande Babilônia:
a. Identidade: a grande cidade que domina sobre os reis da terra (17.18);
b. Roma ou Jerusalém: Jerusalém é retratada como prostituta pelos profetas;
c. Mar: representam os povos, multidões, nações e línguas;
d. Relação com o anticristo: dá sustentação ao sistema político-religioso do anticristo, mas afinal é destruída por ele (17.16,17);
e. Babilônia: relação com todos os reis da terra e comércio mundial (18.3);
f. Julgamento e queda:
i. Juízo repentino: em um só dia (18.8) em uma hora (18.10, 17, 19);
ii. Ver advertência de Paulo: “Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vem a dor de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (1 Ts 5.3);
iii. flagelos: morte, pranto, fome e fogo enviados da parte de Deus (18.8);
iv. grande comoção e impacto sobre os países (18.9), sobre o comércio (18.11-13); sobre o meios de transporte (18.17,19);
v. ruínas: morada de demônios e covil de espíritos imundos (18.2, 14);
LIÇÃO 7 – A VINDA DE JESUS E OS JULGAMENTOS
Texto devocional: Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. (Carta à Igreja de Filadélfia 3.11-13).
[1] Revisão:
a. Besta do mar: era, não é, mas virá; 7 cabeças e 10 chifres; blasfêmia; perseguição contra os que não aceitam adorar;
b. Meretriz: Babilônia, a grande cidade que domina sobre os reis da terra (17.18);
c. Julgamento e queda:
i. Juízo repentino: em um só dia (18.8) em uma hora (18.10, 17, 19);
ii. Paulo: “Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vem a dor de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (1 Ts 5.3);
iii. Cântico (18.20): Deus julgou a causa dos profetas e cristãos perseguidos;
iv. Pedra da mó (18.21-24): lançada ao mar, desaparecimento;
[2] Bodas do Cordeiro (19.1-10):
a. Cânticos (19.1-2;3;4;5;6-7):
b. Esposa: pronta para as bodas – vestida de linho fino, puro e resplandecente;
c. Linho fino: obras de justiça dos santos (19.8);
[3] Vinda de Jesus (19.11-21):
a. Visão do Senhor Jesus:
i. Aspecto: montado em um cavalo branco (19.11); olhos como chama de fogo (19.12); muitos diademas na cabeça (19.12b); veste salpicada de sangue (19.13a);
ii. Título: Fiel e Verdadeiro (19.11b); nome desconhecido (19.12c); chamado Palavra de Deus (19.13b); Rei dos reis e Senhor dos senhores (19.16);
iii. Juízo: julga e peleja com justiça (19.11c); espada afiada: instrumento de justiça e juízo contra os ímpios (19.15); pisa o lagar da ira de Deus (19.15.b);
b. Exércitos do céu: seguem o Senhor Jesus, montados em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro (19.14);
[4] Visão do julgamento:
a. Convocação (19.7-18): figura de vitória em batalhas;
b. Armagedom: exércitos reunidos para a batalha sob o comando da besta e do falso profeta (19.19); eles são presos e lançados no lago de fogo (19.20); os demais são mortos pela Palavra de Deus (19.21);
c. Textos paralelos: “e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio” (Isaías 11.4); “a quem [anticristo] o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2 Ts 2.8);
d. Satanás: é preso por mil anos (20.1-3); sua atuação é limitada e não pode enganar e agir;
[5] Milênio:
a. Visões:
i. Amilenista: o milênio é simbólico e representa o reino de Cristo;
ii. Pós-milenista: o reino de Cristo começou com a ascensão de Cristo;
iii. Pré-milenista: o milênio coincide com a prisão de satanás;
b. Definição: O Milênio é o período de 1000 anos em que Cristoreinará sobre a terra, dando cumprimento às alianças abraâmica e davídica, bem como à nova aliança.
c. Designações: O Milênio é chamado de “reino dos céus” (Mt 6.10), “reino de Deus” (Lc 19.11), “reino de Cristo” (Ap 11.15), a “regeneração” (Mt 19.28), “tempos de refrigério” (At 3.19) e o “mundo por vir” (Hb 2.5).
d. Textos bíblicos: reino de paz e comunhão sobre a Terra (Is 1:25-31; 2:1-22; Jr 23:5-8; Mq 4:1-4; Ez 34:11-24; Zc 14:1-21; Jo 3:5; Ap 12:10).
e. A Bíblia deixa claro que Jesus será o Rei dos judeus e se assentará literalmente no trono de Israel (Lucas 1:32-33), cumprindo literalmente a promessa feita a Davi (Salmos 89:3-4).
f. Governo:
i. Seu cabeça será Cristo (Ap 19.16)
ii. Seu caráter: Um reino espiritual que produzirá paz, equidade, justiça, prosperidade e glória (Is 11.2-5).
iii. Sua capital será Jerusalém (2.3).
g. População: a nação israelense continuará existindo fisicamente (sem corpos glorificados) e muitas nações continuarão existindo, sob o governo do Mestre, mesmo aquelas que subirão contra Jerusalém (Zc 14:16; Ez 36:33-36).
h. Relação com Satanás: Durante este período Satanás estará acorrentado, sendo liberto ao seu final, para liderar uma revolta final contra Cristo (Ap 20). Satanás será derrotado e lançado definitivamente no lago de fogo.
[6] Batalha final (Ap 20.1.10)
a. Soltura de Satanás: “é necessário que seja solto por um pouco de tempo” (Ap 20.3b); seduzirá as nações para a batalha final contra os santos;
b. Batalha final: aliança de nações rebeldes contra o povo de Deus; eles são destruídos por intervenção de Deus (Ap 9.10);
c. Condenação de Satanás: ele é lançado no lago de fogo (Ap 20.10; Mt 25.41; ver Is 14.10, 15, 24-27: “Tu também como nós estás fraco? e és semelhante a nós?...).
[7] O Julgamento dos Mortos Não-Redimidos:
a. Textos: Ap 20.11-15
b. Tempo: Depois do Milênio.
c. Lugar: Perante o Grande Trono Branco.
d. Juiz: o Pai confiou todo julgamento ao Filho (Jo 5.22); Cristo foi constituído como juiz de vivos e mortos (At 10.42; 2 Tm 4.1); Paulo diz que Deus julgará o mundo com justiça por meio de Cristo (At 17.30-31);
e. Réus: a terra e os céus (fim da velha ordem); as obras da terra (1 Pe 3.10-11); anjos caídos (Jd 6) e todos os mortos (Ap 20.12-13); todos os não-salvos desde o principio da humanidade.
f. Juízo: quem não crê já está sumariamente julgado (Jo 5.38);
g. Base: O que faz serem julgados é a rejeição da salvação em Cristo, mas o fogo do juízo é a demonstração de que pelas próprias más obras merecem a punição eterna.
h. Resultados: O lago de fogo, segunda morte: a primeira morte é a morte física; a segunda morte é espiritual – condenação eterna (Ap 20.15);
i. Livros: livro das obras de cada um e o livro da vida do Cordeiro (21.27);
[8] Ressurreições
Ressurreição dos Justos: (Lc 14.14; Jo 5.28,29)
i. Inclui os mortos em Cristo, que são ressuscitados no arrebatamento da igreja (1Ts 4.16).
ii. Inclui os salvos durante o período da tribulação (Ap 20.4).
iii. Inclui os santos do A.T. (Dn 12.2 - Alguns crêem que serão ressuscitados no arrebatamento; outros pensam que isso se dará na segunda vinda). Todos estes são incluídos na primeira ressurreição.
b. Ressurreição dos Ímpios: Todos os não-salvos serão ressuscitados depois do milênio para comparecerem perante o Grande Trono Branco e serem julgados (Ap 20.11-15). Esta segunda ressurreição resulta na segunda morte para todos os envolvidos.
[9] Nova Jerusalém (Ap 21.1-22.5)
a. Nova ordem: fim da velha ordem e início da nova ordem – novo céu e nova terra; Deus diz a João: ”eis que faço novas todas as coisas” (21.5); “esperamos novos céus e nova terra nos quais habita justiça” (2Pe 3.13);
b. Mar: símbolo de luta e dominação, de mistério e perigo; por outro lado, diz que todas as coisas são recriadas (21.5);
c. Cidade santa: assim como Babilônia é símbolo do sistema conta Deus, assim Jerusalém é símbolo da habitação de Deus e seu povo;
d. Tabernáculo de Deus: Deus habitará com os homens – este é ponto máximo da bendita esperança cristã; “contemplarão a sua face” (22.4);
e. Cidadãos dos céus: os vencedores têm acesso, mas há lista de pessoas que não têm permissão para entrar (ver 21.8; 22.15; ver Salmos 15);
f. Descrição da cidade(21.9-22.5): a glória da Jerusalém celestial; suas medidas, portas e fundamentos;
g. Templo: não há templo na cidade, porque Deus habita com os homens (21.22) e os santos contemplarão a sua face (22.4);
LIÇÃO 8 – REVISÃO GERAL
Texto devocional: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Carta à Igreja de Laodicéia, Ap 3.20-22)
[1] Esquema: pré-tribulacionista / pré-milenista
[2] Legenda: