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sábado, 3 de março de 2012

APOCALIPSE




Autor: O apóstolo João (v. 1985).

Data: Indeterminada. De acordo com a opinião tradicional, cerca de 96 a.C.

Lugar: Possivelmente na ilha de Patmos, na costa ocidental da Ásia Menor, onde João

foi desterrado “por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus”.

Autoridade: Diz-se ser a revelação de Jesus, 1:1.

Métodos de interpretação: Extremamente variados e com freqüência imaginativos.

Milhares de volumes têm sido escritos sobre esse livro. Existem quatro escolas

principais de interpretação.

1. Preterista: Crê que as profecias do Apocalipse já se cumpriram.

2. Futurista: Sustenta que o livro contém um prognóstico da história universal.

3. Histórica: Vê os eventos do livro como descrições simbólicas da história da igreja,

desde a época do NT até o final dos tempos.

4. Eclética ou idealista: Firma-se nos princípios espirituais do livro e não dogmatiza

sobre detalhes das visões mais misteriosas. Essa escola crê que há três classes de

passagens no Apocalipse. as que são muito claras quanto ao ensino espiritual; as que são

misteriosas, mas contêm elementos da verdade e são instrutivas; as que são tão ocultas

que é inútil, com nosso conhecimento atual, dar-lhes interpretações finais.

É provável que algumas profecias contenham dois elementos, o próximo e o distante. O

primeiro refere-se especialmente a eventos da época de João ou pouco depois, e o

último trata de acontecimentos futuros.

Particularidades

O Apocalipse é o único livro da Bíblia que contém uma promessa especial aos leitores

obedientes (1:3) e ao mesmo tempo pronuncia uma maldição sobre os que alterarem seu

conteúdo, 22:18,19.

Sete é o número dominante do livro: sete candeeiros, igrejas, selos, anjos, trombetas,

tronos, taças, espíritos, estrelas etc.; e sete “não mais” (v. 1553).

Os últimos capítulos de Apocalipse apresentam um contraste assombroso com os

primeiros capítulos de Gênesis. Gênesis fala da criação do Sol, da entrada do pecado no

mundo, da proclamação da maldição, do triunfo de Satanás e da exclusão da “árvore da

vida”. Apocalipse fala do lugar em que não haverá necessidade do Sol, não haverá

pecado nem maldição, onde Satanás será vencido e haverá acesso à “árvore da vida”.

Plano de estudo

Ainda que o livro seja com freqüência passado por alto, devido ao seu caráter

misterioso, há muitos pontos de vista a partir dos quais podemos estudá-lo

proveitosamente, sem a necessidade de interpretação dogmática ou arbitrária. Se o livro

está escrito em código, não pretendemos que as sugestões a seguir constituam o manual

que lhe revele os mistérios, apenas que sejam proveitosas.

Tema sugerido: O conflito moral e espiritual das épocas.

Personagem central: O Cordeiro, mencionado cerca de trinta vezes, finalmente

vitorioso sobre todos os poderes do mal.

Acontecimentos marcantes: Há muitos acontecimentos importantes no livro.

Sugerimos dois, que devemos considerar no estudo das visões.

1. O nascimento do filho varão, visto por muitos como a encarnação de Jesus Cristo,

cap. 12.

2. O toque da sétima trombeta, que anuncia sua vitória em todo o mundo, 11:15.

SINOPSE

O livro pode ser dividido em visões, algumas das quais são parcial ou totalmente

veladas, e outras, comparativamente claras quanto ao ensino. Nem sempre é possível

dizer onde termina uma visão e começa outra, mas, por conveniência, elas podem ser

estudadas sob vários números, de acordo com o ponto de vista de cada um.

I. Introdução e saudação, 1:1-8

1. Introdução e promessa aos leitores obedientes, v. 1-3

2. Saudação de João e do Cristo glorificado, v. 4-8

II. Visões

1.ª Visão

1. Do Cristo glorificado, 1:9-16

2. Ordem de escrever às sete igrejas, 1:19

3. Mensagem às igrejas, caps. 2 e 3

a) A Éfeso, a igreja reincidente, persistente no serviço, estrita na disciplina, mas

esfriando no amor, 2:1-7

b) A Esmirna, a igreja pobre, mas verdadeiramente rica, que enfrentava um período de

perseguição, 2:8-11

c) A Pérgamo, a igreja em ambiente perverso, firme mas infectada com heresia, 2:12-17

d) A Tiatira, a igreja de boas obras, mas que tolerava uma falsa profetisa, 2:18-29

e) A Sardes, a igreja moribunda, 3:1-6

f) A Filadélfia, a igreja fraca, mas fiel, 3:7-13

g) A Laodicéia, a igreja morna, satisfeita consigo mesma, que se orgulhava de sua

riqueza, mas era miserável, pobre, cega e nua, 3:14-22

Idéia-chave: promessas aos vencedores (v. 596)

2.ª Visão (parcialmente velada)

1. Visão de Deus no céu sobre seu trono, o Criador do universo recebendo a adoração

dos seres viventes e dos 24 anciãos, 4:1-11

2. O Cordeiro abre o livro dos sete selos, o cântico novo e a adoração universal ao

Cordeiro

Interpretação sugerida: somente Cristo pode descobrir os mistérios divinos mais

profundos.

3. Abertura dos seis selos (velada), 6:1-17

Há muitas interpretações diferentes, e não vale a pena juntar outra. Uma lição clara é

que os crentes são provados pela demora divina, v. 9-11 (v. 3243).

3.ª Visão (parcialmente velada)

Interpretação sugerida: Deus protege seu povo escolhido, 7:1-8.

4.ª Visão — Certezas reconfortantes, cap. 7

1. A multidão incontável dos redimidos, v. 9,10

2. Os meios mediante os quais eles aparecem na presença de Deus, v. 13-15a

3. Suas atividades e sua alegria eterna, v. 15b-17

5.ª Visão (parcialmente velada), caps. 8 e 9

Evento transcendental: a abertura do sétimo selo, causa silêncio no céu, v. 1. Possível

explicação: toda a música e as vozes dos anjos silenciaram porque durante o período do

sétimo selo Cristo devia partir para sua missão na terra. Isso não é mera imaginação. O

fim dos tempos evidentemente se aproximava, 10:6. Se essa interpretação for correta,

em 8:1 deparamos com a fonte do plano da salvação. Os eventos estendem-se até o filho

varão do capítulo 12. Em 8:3,4, a idéia parece ser que as orações dos santos subiram a

Deus pedindo a vinda do reino messiânico.

Logo continua uma porção velada da visão, o toque das seis trombetas (caps. 8 e 9),

que, segundo parece, anuncia os juízos vindouros, cap. 9.

6.ª Visão (parcialmente velada), caps. 10 e 11

A única coisa clara é que os eventos parecem apontar a grande consumação pelo fato de

o anjo poderoso anunciar que não haverá mais demora (10:5-7), mas que as boas-novas

referidas pelos profetas estão prestes a ser cumpridas.

Entre tantas opiniões diferentes, é temerário sugerir uma interpretação para o livrinho

do capítulo 10 e as duas testemunhas do capítulo 11. Já que estas precedem

imediatamente a visão do nascimento do filho varão do capítulo 12, podem referir-se ao

período profético anterior à vinda de Cristo. Talvez os capítulos de 12 a 20 contenham

visões parcialmente veladas relacionadas com o grande conflito messiânico.

7.ª Visão — O grande evento da época, caps. 12 e 13

O nascimento do filho varão, Cristo, e a manifestação simultânea dos poderes satânicos

organizados para destruí-lo. A justificativa desse ponto de vista é que durante a vida de

Cristo na terra os poderes das trevas estavam em intensa atividade.

Note a intenção de Herodes de destruir o menino Jesus, os numerosos casos de

possessão demoníaca e a oposição maligna que resultou na crucificação de Cristo. Não

há aqui interpretação detalhada dos mistérios, mas atente para as armas espirituais com

as quais será obtida a vitória, 12:11 (v. 583).

8.ª Visão (parcialmente velada), 14:1-13

Sem qualquer interpretação forçada, é possível olhar esse capítulo como o resumo

profético do conflito vindouro entre o Cordeiro e seus inimigos. Se esse ponto de vista

for verdadeiro, nos primeiros cinco versículos os 144 mil representam os salvos

sobressalentes da primeira dispensação, os versículos 6 e 7 referem-se ao começo de

uma atividade missionária em todo o mundo (v. 2525), os versículos de 8-11 são

anúncios preliminares da vitória final e os versículos 12 e 13 referem-se à bemaventurança

dos crentes mortos.

9.ª Visão (parcialmente velada)

A colheita, 14:16-20

10.ª Visão (parcialmente velada), caps. 15 e 16

1. Os primeiros vencedores e seu cântico, 15:1-4 (v. 2686)

2. Os sete anjos e as taças de ouro, 15:5-8

3. O derramamento das sete taças da ira, cap. 16

11.ª Visão (velada), caps. 17 e 18

A queda da Babilônia, a cidade prostituta, e dos inimigos do Cordeiro que a venceram.

12.ª Visão, 19:1-9

1. O coro de aleluia no céu, celebrando a vitória espiritual, v. 1-6

2. As bodas do Cordeiro, v. 7-9 (v. 1772)

13.ª Visão, 19:11-21

1. Cristo, o conquistador espiritual, sobre um cavalo branco, fere as nações com a

espada do Espírito, v. 11-16 (v. 1288)

2. (Parcialmente velada:) Cristo vence a besta, o falso profeta e seus aliados, v. 17-21

(v. 594)

14.ª Visão (parcialmente velada), cap. 20

1. O aprisionamento de Satanás, v. 1-3

2. A primeira ressurreição, v. 4-6

3. Satanás é desamarrado; sua atividade maligna, v. 7-9

4. A queda de Satanás, da besta e do falso profeta, v. 10

5. O juízo final, v. 11-15

15.ª Visão, caps. 21 e 22

1. Novos céus e nova terra; a Cidade Santa, tipo da igreja, a esposa do Cordeiro, cap. 21

Suas características:

a) Origem celestial, v. 2

b) Radiante, v. 11

c) Separada e protegida, v. 12

d) Acessível, v. 13

e) Alicerces firmes, v. 14

f) Inabalável, v. 16

g) Formosamente adornada, v. 18-21

h) Seu templo espiritual, v. 22

i) Iluminada por Deus, v. 23-25

j) Glorificada, v. 26

k) Livre de impurezas, v. 27

2. O paraíso restaurado, cap. 22

Suas características:

a) O rio da vida, v. 1

b) A árvore da vida, v. 2

c) Sem maldição, v. 3

d) Visão beatífica da marca divina nos santos, v. 4

e) O dia eterno e o domínio dos santos, v. 5

3. Palavras finais

a) Dignas de confiança e verdadeiras, v. 6

b) Ressaltam o iminente regresso do Senhor, v. 7

c) Somente Deus deve ser adorado, v. 8,9

d) O caráter leva à persistência, v. 11

e) A última promessa, v. 14

f) O último convite, v. 17

g) A última advertência, v. 18,19

III. Bênção e oração, 22:21


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